segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O perigo de estar perdido

Arfh... Arfh... E baixa o santo. Oxalá fio. E te benzo e te curo do mal do mundo. Caboclo do sertão não teme maldição do sepulcro. Pai preto sentado no tronco. Cachimbo da paz sizin fio. Pita um, dois, três. Fumaça na cara que é pra afastar o mal olhado. Reza da braba que o encosto persiste em ficar ao seu lado. Sizin fio deve sabe de uma cosa... E lá vêm sete dias em sete semanas. ... É preciso purificar o espírito fio. Santos e santas para todos os lados. Calafrio na espinha ao adentrar. Toma um chá de ervas para acalmar. O candomblé a iniciar ao som da batucada. Lere-lere-lere... Gira, gira e começa a bater palmas. Puxa vaso sagrado que é para abençoar. Água de cheiro e ervas da mãe África. Cinco, seis, sete, de branco em volta de mim a rodopiar. Lere-lere-lere... E te benzo e te curo do mal do mundo. Cânticos em harmonia uníssona. Dois três desmaiam ao chão. Peço que parem, mas tudo em vão. São os demônios que te atormentam sizin. Preta velha no altar a reger essa orquestra. E mais caiam - Oh, meu Deus quanto mal que me aflige. Negras a gargalhar. E te benzo e te curo do mal do mundo. E te benzo e te curo do mal do mundo. Cessa a música. Pronto! Agora vá fio, senão o teu espírito não agüenta e retorne semana que vem... Não se esqueça de deixar uma cotribuiçãozinha para manter o centro... E eu que só tinha parado ali para pedir uma informação saio com demônios e agouros como preocupação esperando, ansioso, semana que vem retornar.

Um comentário:

Sílvia Mendes disse...

De que adianta estar linda se tenho que ficar dentro de uma sala fechada trabalhando =/
É até mais melancólico não poder sair pra um dia assim. Mas c'est la vie, né?

Texto engraçado esse. ^^