terça-feira, 19 de agosto de 2008

Indiferença prejudicial

Favela. Dos favos contados restaram as velas. Acesas para iluminar vidas sofridas. Perdidas. Não queridas pro seus donos. Abandono. Não se houve os ventos. Só os tiros de fuzis ao relento. Baleado. Corpo estendido abandonado. Indigente. O Sistema que é intermitente. Corrupto. Político honesto é abrupto. Eleições. Das caras e bocas, mocinhos e vilões. Porque quando eu for eleito... Tornarei-me suspeito. Roubo. Furto. Surto, social ou imaginário. Surdos, nos tornamos precários. Poucos são os solidários. Muitos são os solitários. Descartados. Alegria e amor não habitam os inanimados. Corpo selado. Lacrado. Velado. Preciso de um analista. Na minha vida tornei-me antagonista. De mim mesmo. Dos outros. Escolhi o cara errado. Cometi um pecado. Quatro anos de penitência. Pela minha indiferença. Água no feijão na panela. Coitada de Marcela. Tão tristonha na janela. Cansada de esperar. A ajuda que nunca virá. Pois dos favos contados restaram às velas. Derretidas e Apagadas.

Um comentário:

Sílvia Mendes disse...

Muito bom, Léo! Recursos poéticos & conteúdo. Estética & significado. Amei.