sábado, 23 de agosto de 2008

A carta que não foi enviada


Querida rosa,

Teus olhos castanhos a me encarar. Vejo você tremer sem ao menos te tocar, sem ao menos ter perto de mim. Corpos distantes e mentes em sintonia – assim imagino. Aliás, não só são as mentes, mas os corações. Sinto o meu tão perto do seu, que ele descompassa aceleradamente em busca de um ritmo que me leve à plenitude do meu amor por ti. Sim, baby, se você não notou ainda, eu te amo!

Meu amor próprio era o meu refúgio das pessoas, dos relacionamentos, mas você, baby, você o enganou e o superou. Não sei ao certo como você fez isso, mas eu me abandonei para admirar uma foto tua. Afastei-me do mundo errante, das partículas incestuosas desse universo incompleto só para viver em minha mente a perfeição de uma vida ao seu lado.

Não visto mais aquele paletó sufocante do isolamento sentimental. Porém, sinto dor, muita dor. Por não ter aqui junto a mim, por te ver apenas em uma foto, por desejar-te toda hora, todo o momento. Por tornar-me viciado em tal sentimento. O que eu sempre temi, viciar-me no amor. É o preço que devo pagar para nunca mais usar aquelas vestes.

Baby, não se assuste com minhas palavras que são meio brutas, eu sei, mas esse sentimento nunca provei. Sinto que devo expressa-lo senão explodirá meu coração. E mesmo escrevendo aqui ele palpita ferozmente em meu peito. Nem sei se lerás essa carta até o fim, nem sei se começaras a lê-la. Não importa. Amá-la já é o suficiente. E ter certeza disso me conforta.

Tinha muito mais coisa a dizer, mas o papel já está acabando e eu não poderia deixar de escrever uma última vez que te amo, baby! Eu te amo do fundo do meu ser!

L.M

3 comentários:

Tamara disse...

A tua inveja rendeu uma coisa muito boa! Fizesse bem em imitar a Sílvia porque teus textos são fascinantes. Gostei dessa carta, adoro cartas. Acho que o remetente deveria ter enviado, o destinatário teria gostado de ler tanto amor por ele. Mas isso é só uma opinião! ;)

Se quiser, dá uma passada no meu blog, Léo.

Beijos,
Tamara.

Anônimo disse...

O primeiro parágrafo está muito bem conseguido.
Os outros, acho que poderias ter trabalhado mais neles, mais tacto, mais sensibilidade, não estou dizendo que os parágrafos estão isentos do tacto e da sensibilidade, mas poderiam estar melhor caracterizados...e principalmente o último. Dizer que o papel está acabando com o intuito de dizeres a palavra principal "te amo", a meu ver ficou um fim um tanto ao quanto precipitado.

Paula

NB:Leo, se achares que os meus comentários são desnecessários, agradeço que digas, pois deixo de os fazer e saberei respeitar.

* Abraço

Leo Molleri, disse...

Paula,

Muito pelo contrário, eu fico extremamente eufórico quando leio uma crítica construtiva, assim, como a sua. Até gosto dos elogios – é sempre bom e o ego agradece –, mas a função principal deste blog é servir de expositor dos meus escritos e da minha criatividade a todos os meus amigos, conhecidos e curiosos (leitores em geral). Para que, assim, possam me transmitir os seus preceitos, desacordos/aprovações e sugestões com mais liberdade e desinibição por não estarem cara-a-cara comigo. É uma maneira de “alugar” o tempo alheio e “contratar” os corretores autônomos sem gastar um tostão. ^^
Não corrijo os textos que já publiquei (salvo algum erro ortográfico/gramatical), pois os tomo como exemplo de erro ou acerto quando os releio para buscar alguma inspiração ou reavivá-los na minha memória.
E podes ter certeza que os seus pareceres estão sendo muito úteis à minha evolução literária.
Espero que prossigas lendo o meu blog e comentando. Eu lhe agradeço muito.