sábado, 6 de setembro de 2008

Sem ter mais o que dizer... Desabafei com a chuva

O mundo está cinza novamente. Aguardo tempestades que inundem a cidade e me levem daqui. Estou de saco cheio dessa paisagem, estou de saco cheio dessa depressão. Pressão, pressão, pressão. “Vai trabalhar... Não agüento mais te sustentar... Não vejo a hora de tu sair de casa... teus amigos fazendo faculdade e tu ainda ai indeciso”. Querem-me longe. Ele me quer longe. Talvez ele esteja com razão. Talvez lá eu encontre o que ainda não sei o que procuro. E se eu fracassar? Como posso pensar nisso se nem ao menos sei pelo que devo lutar? Eu sei sim. Está unido à minha alma, esculpido em meu ser. O que tenho é medo. Medo de arriscar, cair e não conseguir levantar. Medo de provar que ele estava errado, porque, quem sabe, ele esteja realmente certo. Mas se eu partir é para nunca mais regressar. Não suportaria a marca do fracasso estampado em minha testa. “Olha ali quem vem, um fracassado, um Zé ninguém...”. E mesmo com sucesso não retornaria, pois não caberia a mim a redenção dos pecados alheios. Se eu for é para buscar o que eu quero, para ver o sol brilhar e não o que ele quer para mim, o que os outros desejam de mim. Busco aquilo que a humanidade tanto deseja, não sou diferente para exigir algo diferente. Busco a plenitude da felicidade. E se for para arriscar que seja apenas uma vez. Que me torne vencedor ou um perdedor. E se a vitória não for alcançada espero ter uma arma para encravar uma bala em meu peito, pois, como eu disse antes, não conseguiria viver com esse fardo.

Nenhum comentário: