O mundo está cinza novamente. Aguardo tempestades que inundem a cidade e me levem daqui. Estou de saco cheio dessa paisagem, estou de saco cheio dessa depressão. Pressão, pressão, pressão. “Vai trabalhar... Não agüento mais te sustentar... Não vejo a hora de tu sair de casa... teus amigos fazendo faculdade e tu ainda ai indeciso”. Querem-me longe. Ele me quer longe. Talvez ele esteja com razão. Talvez lá eu encontre o que ainda não sei o que procuro. E se eu fracassar? Como posso pensar nisso se nem ao menos sei pelo que devo lutar? Eu sei sim. Está unido à minha alma, esculpido em meu ser. O que tenho é medo. Medo de arriscar, cair e não conseguir levantar. Medo de provar que ele estava errado, porque, quem sabe, ele esteja realmente certo. Mas se eu partir é para nunca mais regressar. Não suportaria a marca do fracasso estampado em minha testa. “Olha ali quem vem, um fracassado, um Zé ninguém...”. E mesmo com sucesso não retornaria, pois não caberia a mim a redenção dos pecados alheios. Se eu for é para buscar o que eu quero, para ver o sol brilhar e não o que ele quer para mim, o que os outros desejam de mim. Busco aquilo que a humanidade tanto deseja, não sou diferente para exigir algo diferente. Busco a plenitude da felicidade. E se for para arriscar que seja apenas uma vez. Que me torne vencedor ou um perdedor. E se a vitória não for alcançada espero ter uma arma para encravar uma bala em meu peito, pois, como eu disse antes, não conseguiria viver com esse fardo.
Grow Your Own Greens
Há 8 meses
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