sábado, 6 de setembro de 2008

Bebado e deprimido

Sinto-me vão em vão. Sufocado pelo meu próprio sangue. Afogado em lágrimas por não ter sentido no que eu escrevo. Entro em um surto profano. Assisti a um vídeo de Clarice Lispector e me senti tão pequeno. Tão insignificante que, creio eu, deveria parar de escrever. Parece que a cada palavra que sai de meus pensamentos eu insulto a literatura que tanto aprecio. Quiçá eu ter uma migalha de Clarice em meu ser. Quiçá eu ser tão profundo quanto ela. Sua depressão literária foi e é justificável, logo a minha torna-se insólita e, consequentimente, irreal, tão absurda e mesquinha que me pego entrando em meu blog a cada hora para ver se alguém comentou em algum de meus textos egoístas. Sou um lixo, isso eu sei. Tornei-me viciado nessa merda. Agora que estou alcoolizado as palavras saem mais brutas e cruas. Adoro escrever, tornou-se parte de mim. Mas a cada texto que público sinto, ao mesmo tempo, um alívio e uma ancia desesperada de vomitar. Não sei se tenho algum problema, só sei que ainda escrevo para saciar meu ego e assim vou seguindo. Nada tem sentido esse fragmento, só senti vontade de colocá-lo aqui. Amanhã, provavelmente, eu o apaguarei.

3 comentários:

Sílvia Mendes disse...

Acontece, baby.
Quanto à escrever: todo mundo começa do começo. Inclusive a Clarice. A tendência é evoluir...

Sílvia Mendes disse...

Tu deve ter lido enganado. Não vem cerveja. Ela brinca com a "cereja", do martini. ^^

Tamara disse...

Olha. Cada vez que eu leio o blog do Antônio Prata eu penso em desistir dessa coisa de escrever. Porque eu acho que nunca vou chegar no nível dele. Mas, é como falou a Sílvia, ele também começou assim. Continue. E não apaga esse texto porque é sempre bom ler as coisas que nós escrevemos bêbados.

:*