Já não há mais chances para os covardes
Já não há mais chances para os que temem
Já não há mais chances para os mortos
Eu morri, minha essência se petrificou
Na cápsula aparente de uma felicidade inexistente
O meu sorriso é falso e fácil
Basta eu vestir a mascara do Arlequim
Fazer meus malabares, recolher o dinheiro
E ir embora quando o espetáculo chegar ao fim
Procuro o êxtase dos simples e puros de coração
Mas o meu coração mal consegue bater em meu peito cansado
Oprimido, deprimido, sufocado...
Muitas vezes por mim mesmo
Ao ver minha insignificância refletida no espelho
Na verdade, sou um Pierrot clássico
Mal amado, invejoso, sem incentivos,
Sem ânimo, sem motivos...
Para insistir, para viver
Um antigo compositor
Já escreveu e cantou
Que Colombina outro escolheria
E meu amor no lixo atiraria
E o que me restaria é chorar
Lágrimas secas
Para não mancharem a maquiagem mal feita,
Pois as cortinhas se abrirão
E lá estarei eu representando,
novamente, toda a minha falsa alegria - depressão
Já não há mais chances para os covardes
Já não há mais chances para os que temem
Já não há mais chances para os mortos
Só há para aqueles que ainda não sabem da sua infelicidade
Os felizes ignorantes
Escutar e apreciar:
Pierrot - Los Hermanos
Colombina - Ed Motta
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