sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Psicopatia, Efêmera Lucidez

Fumando um cigarro sentado na cama, tentava acalmar-se para que as dores de cabeça cessassem. Olhava vez ou outra, pela janela aberta, a chuva fina que insistia em durar a madrugada toda. Levantou-se e apoiou-se na parede e ficou de frente para a janela, buscando um pouco de ar fresco. Com o olhar fixo lá fora, sussurrava para si interrogações e palavras de insulto. Errara mais uma vez e não soubera como.

Na cama ela jazia. Ele perguntava-se como teriam se conhecido. Tentava buscar na memória algum fato, ato, ou qualquer coisa que o levasse a alguma conclusão aceitável. Nada lhe vinha. Aliás, toda a vez que insistia em pensar sua cabeça manifestava-se contra, rapidamente, com fortes dores temporais.

Afastou-se da janela e buscou olhar para a mulher em sua cama. Ruiva de pele muito branca. Estava nua. Ele já desconfiara que haviam feito sexo, pois também estava nu. Mas nem disso, realmente, se lembrava. Sugeriu a si estar muito bêbado no momento que acontecera isso explicaria a sua dor de cabeça e sua perda de memória recente.

Começou a vasculhar as roupas atiradas por toda a parte. Encontrou as suas e vestiu-se. Achou, também, a calça dela e resolveu buscar por respostas. Retirou a carteira do bolso traseiro e vasculhou os documentos. Patrícia era o seu nome. Não via nenhuma imagem dela, em sua mente, dizendo o nome a ele. Começou, a partir de então, devanear sobre aquilo, insinuando que ela teria utilizado um nome falso, mas nem se quer do nome falso ele conseguia se recordar.

Aconteceu de novo – disse a si mesmo. Procurou manter-se contido, ânimos brandos. Foi em vão. Ajoelhou-se perante a mulher. Inundou-se em lágrimas e o desespero tomou conta de si. Batia com os punhos serrados em seus joelhos enquanto vislumbrava o corpo privado de vida que lhe tinha diante dos olhos.

Julio alimentava o monstro da loucura enquanto saciava outro. Tornara Patrícia a sua quinta vítima em um mês. Fazia-se psicopata... Como os jornais já o denominavam, "O maníaco das ruivas de B.Camboriú".

Naquela noite, Julio, atirara-se do sexto andar.

3 comentários:

anacaroline disse...

Lééo, adorei esse!
você gosta de um cabelo laranja/vermelho heein?!
é a segunda citação ruiva que vejo no teu blog :D

pena que primeiro vc cortou a barba depois matou a coitada da mulher, é, talvez você não goste tanto assim!
shaiohsuiohsouiashuai

;*** muito bom esse!

Lucas Coppi disse...

sai dessa vida (morte) cara! eoahsoiesa
tu só quer saber de matar matar e matar, to achando que isso é mais um artificio teu quando nao consegue um bom final para os contos
hahaha brincadeira meu velho,
ta fera
abraçoo

Sílvia Mendes disse...

Gostei da história, me lembrou Sin City. Um dos melhores filmes que já vi!
Mas o título não faz sentido... Só se tivesse uma vírgula ou um dois pontos... Sei lá. Ficou confuso.

P.s.: Roubei o poema do teu orkut ;)