terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dois amores e o erro

A carne queima igual brasa de lenha seca. A cada fechar de olhos um batuque infernal inunda os ouvidos cansados. A vista queima também, arde, lacrimeja, pressiona o cérebro contra a nuca. O sorriso é amarelo, sem contorno, sem vida. Na realidade não há sorriso, é apenas uma expressão vazia; de nada. Toda a carcaça está abalada, fraca. Um sopro e despenca ao infinito do poço. Sem retorno. Sem grito de desespero. Só o zunido do vento sobre a massa semi-falecida. Só lhe resta o desejo de calmaria; o silêncio. Mas falta-lhe forças para buscar o sossego. A cama torna-se montanha cercada por abismos. E o lembrar é tortura para a consciência recém retomada. E tudo se agrava ao ver, no escuro das imagens fragmentadas, os olhos dela cheio de lágrimas. Tudo fica mais pesado. Tudo fica mais humano. Agora o levantar-se ficou mais penoso, mais indesejável. A garganta seca clama por água. Os olhos fornecem somente a salgada. E chega o inferno da lucidez e sobrepõe à maldita ressaca.

2 comentários:

Anônimo disse...

tomara que vcê melhora sinusite!

Leo Molleri, disse...

ãh? aspokdpokds