segunda-feira, 22 de junho de 2009

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O teu telefone tocou. Estava lá eu angustiado. O teu telefone insistiu, e estava lá eu ainda mais angustiado. Atendera depois da quarta desesperadora chamada. O teu 'Alô?' foi doce, carinhoso. Nem se quer sabias quem telefonara, mesmo assim mantiveste a doçura no tom de voz. Aquela mania de agradar a todos; bem me quer, sempre me quer. Um gole de conhaque foi preciso para eu me acalmar. E aquele medo de avião me invadiu o peito, quando, constrangida, sua voz revelara-se assustada. Não me contive, levantei-me do sofá de couro surrado. Comecei a andar de um lado para o outro da sala, nervoso. Mais um conhaque e já se fora metade da garrafa. No bolso nada - Ah, que falta me faz um cigarro! E como é perversa nesse jeito de falar; voz de Ligeia. As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio. E o telefone no gancho ela colocou. E todo aquela quietude, som de respiração ofegante, coração disparado ocupou a sala. Barulho de nada. Está morto? E o silêncio respondeu... E o meu grito, pela madrugada, calou o silêncio da espera e deu início as comemorações no Morro do Catete.

Morre Pedro Paulo da Silva, o Joinha, chefe do tráfico de drogas do Morro do Jaú no Hospital Maria da Glória após ser baleado em confronto com gangues rivais pelos pontos de comercialização da droga.

Um comentário:

Lucas Coppi disse...

entra temporada, sai temporada, e tu só faz matar e matar. tenho medo do que vão ser nossas produções em conjunto na faculdade. vê se entra porra! heuahauea