terça-feira, 16 de junho de 2009

For a dream


Sobre a cadeira move-se sem calma. Derramou um só lágrima. Sem dores na carne, mas a alma grita. Esperneia. Escarneia do próprio desespero. Com as mãos procura abraçar sua própria essência. Acaricia os próprios ombros em busca de consolo; compreensão. Outra vez. O telefone toca, grita histérico por atenção. Lembrete: antes de usar heroína, pôr o telefone no vibra-call; ou no silencioso. O efeito é rápido. O telefone insiste, mas agora nada mais importa. Tudo é silêncio. Os pássaros não estão mais enjaulados. O corpo vacilante escorrega para o chão. Leve. Leve como Ícaro em seu voo da morte. O gosto amarga a boca, mas sacia os tremores. o Sol já não invade mais pela janela. Não há mais paredes. Não há mais nada. Só lhe resta o cú. Até a próxima picada.

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