Já dizia Gabriel, Ô Falador:
“índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça.”
Às traças.
Entulhados sob os viadutos do descaso social.
Não há distinção econômica, política ou racial.
Mudou-se apenas o ingrediente essencial
Dos tempos antigos para os de agora.
Risca-se o fósforo em busca da luz vital,
Noite afora.
A neve amarelada na mão tremula é dichavada.
Torna-se pó liquido sobre a colher flamejada.
A seringa enche-se do néctar psíquico preparado.
A agulha aponta para o braço já necrosado.
Mas há ainda os que preferem comida enlatada.
E chega a Morte ou coisa parecida
E lhes propõe um mundo de ilusões em troca de suas vidas.
E a vida lhes é roubada.
Limitada.
Condenada.
E eu vejo na TV as bombas soltas no Iraque,
Eu olho da janela não a guerra contra o Crack.
No Brasil isso é de praxe.
Madame corrói a cartilagem do nariz empinado.
E o menino da favela que é o usuário, o traficante, o condenado.
E o Falcão desabafa ao repórter:
"Ah, sonhar! Nessa vida não dá pra sonhar não..."
"Amanhã não sei nem se eu vou tá aí"
Planejamento social é ilusão.
Dados e pesquisas só servem para deputado rir.
Rir da nação,
Do povo humilde (burro) que o elegeu por um sacolão.
E todos vivem nessa entorpecencia
Usuário, sociólogo, político, empresário
Cada um cuida de si
E todos vamos seguindo a permanência,
A decadência.
Em um estado vegetativo
De pura ignorância e demência.
Para ouvir e refletir:
Falcão - MV Bill
O Bagulho é doido - MV Bill
Esquina Puta Cocaína - Tianastácia
Desperdícios - Tianastácia
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